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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Em 1980 morria Alfred Hitchcock, o pai do suspense
Cineasta inglês nascido nos EUA, famoso diretor de cinema, gordo, simpático e careca, ele marcou tanto a história do cinema, que mesmo tantos anos depois de seu falecimento seus filmes fazem sucesso.
Filho de um vendedor de verduras, Alfred Hitchcock (1899-1980) começou a se interessar pelo então novo meio de comunicação: cinema, em 1915, quando trabalhava na Henley Telegraph and Cable Company. Conseguiu emprego num estúdio de Londres, depois de concluir o filme "Allways tell your Wife", cujo diretor adoecera durante as filmagens. Seu segundo filme - "Os jardins dos prazeres" - marcou o início de sua carreira como cineasta, aos 26 anos de idade.
Desde "The Lodger" (1926), seu terceiro filme, começou a praticar o gênero que o tornaria mundialmente conhecido, o suspense. O cinema sonorizado abriu-lhe novas possibilidades de magnetizar o público. "O homem que sabia demais" (1934), "Os 39 degraus" (1935) e "Sabotagem" (1936) são clássicos até hoje.
Hitchcock transformou os espectadores em cúmplices: eles sabem de onde parte a ameaça ao protagonista principal, mas não podem impedir que este caia ingenuamente na armadilha das telas. Já famoso pelos trabalhos de juventude, o cineasta recebeu um contrato em 1939 do produtor de "E o vento levou...", David Selznick, para trabalhar em Hollywood, onde estreou, em 1940, com "Rebecca". Três anos depois, realizou "A sombra de uma dúvida". No maquinário hollywoodiano, Hitchcock viu a possibilidade de pôr em imagens todas as suas fantasias. Os atores e atrizes de Hollywood também o fascinaram: eram capazes de interpretar personagens de carne e osso, sem afetação.
Num tempo em que os diretores de cinema eram apenas empregados de estúdio, Alfred Hitchcock conseguiu a proeza de ser a principal estrela de seus próprios filmes e de trabalhar com ampla autonomia. Isso se deveu tanto ao sentido publicitário aguçado, quanto à sua identificação com um gênero - o suspense. Comercialmente, suas obras eram um sucesso, mas ninguém ousaria chamá-lo de artista do século. Considerado nos EUA apenas um cineasta técnico, por muitos anos, teve sua importância reconhecida pela crítica francesa, nos anos 50. Em 1954, a revista "Cahiers du Cinema" (Cadernos do Cinema) dedicou-lhe toda a edição de número 39, considerando-o, pela primeira vez, um artista.
O período mais frutífero de Hitchcock foram os anos de 1954 a 1963. É dessa época uma série de obras-primas que o fixaram como um dos principais cineastas de todos os tempos: "Janela Indiscreta" (1954), "Um corpo que cai" (1956), "Psicose" (1960), "Os Pássaros" (1963), entre outros. Vinte e um anos após sua morte, a 29 de abril de 1980, essas obras continuam recebendo remakes e influenciando gerações de roteiristas e diretores.
De formação católica jesuítica, levou para o cinema preocupações trazidas da infância: culpa, pecado, medo e atração pela sexualidade. Dizia que a técnica nunca deveria se impor ao enredo, mas, sim, colocá-lo em evidência. Ao falar sobre o colega, François Truffaut disse que "o cineasta mais acessível a todos os públicos pela simplicidade e clareza é também o que se supera ao filmar as relações mais íntimas entre os seres". Em termos de suspense, os filmes de Hitchcock ainda hoje são imbatíveis.
Quase quarenta anos depois de ser rodado, "Um corpo que cai" (uma trama de obsessão, paixão e espiritismo que se desenrola em San Francisco) foi restaurado em 1996. O negativo original em Vistavision estava tão deteriorado que a Universal Studios resolveu investir US$ 1 milhão para recuperá-lo.
A trajetória do cineasta e a filosofia de seus filmes foi documentada na coletânea de artigos e entrevistas "Hitchcock por Hitchcock", de Sidney Gottlieb, lançada em 1998.

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