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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Em 1937 a Legião Condor, alemã, destruiu Guernica, na Espanha. Motivo que levou Picasso a pintar a tela-tema, que ficou mundialmente famosa.

No dia 26 de abril de 1937 os bombardeiros da "Legião Condor" reduzem a cinzas a cidade basca de Guernica. O ataque aéreo, que durou apenas três horas, custa a vida de 1.645 pessoas. A Guerra Civil Espanhola ainda se arrastará por mais dois anos, porém a destruição de Guernica pelos alemães tem um papel decisivo para a vitória do general Franco. 26 de abril de 1937 era uma segunda-feira.
A cidade  de  Guernica,   no   norte   da   Espanha, estava cheia de vida: até então ela permanecera praticamente intocada pela Guerra Civil Espanhola, que
grassava desde o ano anterior.Entretidos em seus afazeres, os cinco mil habitantes entravam e saíam das pitorescas moradias, com estruturas e galerias em madeira e cobertas de telhas.
No fim da tarde, começaram os bombardeios aéreos isolados. Por volta das seis e meia, veio o ataque principal dos aviões alemães, em ondas sucessivas. Segundo um diário de guerra da época, a esta altura a fumaça já era tanta, que não se distinguiam mais os alvos - casas, pontes ou arrabaldes - e os pilotos dos 50 bombardeiros da "Legião Condor" atiravam sua carga mortal indistintamente.
Calcula-se que, ao todo, 22 toneladas de explosivos foram lançados sobre aquela cidade do País Basco, entre pequenas bombas incendiárias e bombas de 250 kg. A rede de canalização d”água foi rapidamente destruída, e assim o fogo teve todo o tempo para alastrar-se e consumir Guernica. O diário de guerra conclui: "O tipo de construção das casas fez com que a destruição fosse total.Ainda se vêem os buracos das bombas na rua.
Simplesmente fantástico." 300 pessoas morreram imediatamente, milhares ficaram feridas, até porque os aviões deram caça aos fugitivos. Três quartos dos prédios foram arrasados em menos de três horas. Com o fracasso da tomada da capital Madri, a cidadezinha entrara na mira dos fascistas liderados por Francisco Franco. O futuro ditador contava com o apoio da Alemanha e da Itália. A política do general nazista Goering era utilizar a Guerra Civil Espanhola como campo de testes para os pilotos e as máquinas de sua nova Lutwaffe.
Logo, os agressores divulgam as mais estapafúrdias versões do bombardeio infernal em Guernica. Entre outras, que só pretendiam explodir uma ponte, para cortar o caminho das tropas inimigas. Mais tarde, Franco faz até mesmo espalhar o boato de que a própria cidade basca haveria se bombardeado. Guernica transforma-se em símbolo. O ataque da "Legião Condor" foi o primeiro bombardeio aéreo maciço contra a população indefesa de toda uma cidade, na história européia. A partir daí, o terror contra civis torna-se um princípio, passando a integrar a moderna maquinaria de guerra.
O pintor espanhol Pablo Picasso captou esse horror em seu quadro antibélico Guernica, realizado logo após o massacre. Conta-se que um oficial SS lhe perguntou, apontando para a pintura "Foi o senhor que fez isso?". Picasso respondeu: "Não, o senhor."
O crítico de arte Robert Rosenblum analisa a obra: "Ela equivale a uma imagem do fim do mundo, sobretudo do mundo moderno, como o conhecemos. Um clarão ofuscante de chamas, em seguida a sensação do caos definitivo. Mulheres e crianças gritando, um touro, um cavalo, uma visão de choque e trauma, que representa todo o nosso pavor à beira do abismo. Assim é o quadro Guernica: da forma mais impressionante e poderosa, ele anuncia a mensagem da guerra, do potencial destrutivo do século 20."
60 anos mais tarde, o então presidente da Alemanha, Roman Herzog, pediu perdão aos habitantes da cidade: "Quero assumir a responsabilidade pelo passado e reconhecer expressamente o envolvimento culposo dos pilotos alemães. Eu pranteio com vocês os mortos e feridos. Aos que ainda carregam consigo as feridas do passado estendo minha mão num pedido de reconciliação."
Dois anos mais tarde, o governo democrata-cristão de Helmut Kohl doou três milhões de marcos à cidade que os soldados alemães reduziram a cinzas. O dinheiro foi empregado na construção de um novo centro de esportes. Autora: Gerda Gericke – (Calendário Deustche Welle)
guernica-musem.jpg image by danicast

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