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terça-feira, 3 de maio de 2011

O Sagrado Espaço do Silêncio







É esquisito ficar sem fazer nada, sem ouvir nada, sem falar nada, como se a vida dependesse do som. No começo era o verbo, mas antes do começo, havia o silêncio. O silêncio é, portanto, o espaço necessário para a criação.

Porém, parece que o mundo cresce na contramão do silêncio. São centenas de sons que preenchem a vida através do ruído da chuva caindo, de um carro que passa, do dedilhar do teclado, de uma tosse distante, a música que vem de algum lugar, um cão que late, um relógio que pontua as horas num ritmado tic-tac. Sons, risadas, conversas, espaços preenchidos.

Tudo é tão preenchido por sons que ficamos esvaziados de nós mesmos. E inconscientes. Não há silêncio e não há escuta. Enquanto o outro fala nosso ouvido se fecha, nosso diálogo íntimo se estende, nossas respostas prontas aparecem, nossas certezas ocupam o lugar do descobrimento, do deslumbramento.

Com tanto barulho dentro de nós nem enxergamos direito, pois tudo já foi nomeado, decifrado, etiquetado em nossa mente acostumada a rotular, e aí tudo o que brilha nos parece ouro. 
  (artigo adaptado, extraído do site de Dulce Magalhães)



Muitas vezes silencio-me na vastidão do meu tumultuado barulhento consciente e inconsciente; vejo-me só, apesar de estar rodeada de pessoas. 
Devo silenciar minha alma, para que ela serene e consiga ter a paz necessária.


Esta sou eu, muitas vezes, ou se não dizer quase sempre.

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